O recente Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou um dado preocupante: quase um quarto dos endereços no Brasil não possui número. Essa falta de numeração representa um desafio significativo para a logística, os serviços públicos e a infraestrutura urbana do país.
De acordo com o levantamento, cerca de 25% dos endereços no Brasil não têm número, o que afeta a eficiência na entrega de correspondências, encomendas e a prestação de serviços essenciais, como água, luz e saneamento. A ausência de numeração adequada também dificulta o acesso a serviços de emergência, como ambulâncias e bombeiros, aumentando os riscos para a população.
A pesquisa aponta que a falta de numeração é mais prevalente em determinadas regiões. O Norte e o Nordeste do país são os mais afetados, refletindo a desigualdade na infraestrutura urbana entre as diferentes regiões do Brasil. Nessas áreas, a precariedade dos serviços públicos e a falta de planejamento urbano adequado agravam a situação.
A ausência de numeração impacta negativamente o desenvolvimento socioeconômico dessas regiões. Empresas de logística enfrentam maiores custos operacionais devido à dificuldade de localização dos endereços. Além disso, moradores dessas áreas enfrentam barreiras para receber serviços básicos e participar plenamente da economia digital, que depende da precisão e eficiência na entrega de produtos e serviços.
Para mitigar esses problemas é necessário um esforço coordenado entre governos municipais, estaduais e federais. A implementação de programas de regularização fundiária, a modernização dos cadastros de endereços e investimentos em infraestrutura urbana são medidas essenciais para resolver essa questão. Projetos como o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), do IBGE, são passos importantes nessa direção, pois visam mapear e regularizar endereços em todo o país.
A falta de numeração em quase um quarto dos endereços brasileiros destaca a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura urbana e regularização fundiária. Abordar essa questão não só melhorará a eficiência dos serviços públicos e privados, mas também promoverá maior equidade e inclusão social, especialmente nas regiões mais afetadas.
